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“Quem tem boca não comunica”: dada a largada para a Semana de Comunicação


Foto: Maggie Paiva

Foi dada a largada na tarde dessa terça-feira (8), no Auditório da graduação em História, no Centro de Humanidades II, a palestra de abertura da XXII Semana de Comunicação da Universidade Federal do Ceará (UFC). Após quatro anos de hiato, o evento retorna discutindo a Democratização da Comunicação traduzido no slogan “quem tem boca não comunica”. A convidada para a plenária foi a jornalista, doutoranda em Políticas de Comunicação, na Universidade de Brasília (UnB) e integrante do Coletivo Intervozes, Helena Martins. Ela abordou os aspectos da comunicação em tempos de golpe.

A jornalista iniciou com uma contextualização do tema norteador da semana. Para ela, “a Comunicação é fundamental para a estruturação da sociedade”. Ela apontou a visão de muitos estudiosos de que a sociedade contemporânea vive um processo de “midiatização”, ou seja, a mídia e a informação estão centralizadas em vários espaços da sociedade. “Se a gente pensar a política, é impossível pensar a política sem a mídia hoje”, destacou.

Helena Martins abordou um exemplo prático do poder da mídia e de como ela o usa de acordo com os seus interesses. Em março deste ano, o Intervozes fez uma análise comparativa na cobertura da prisão coercitiva do ex presidente Lula. Foi verificado que no Jornal Nacional a cobertura de justificação da prisão durou 7 minutos do primeiro bloco, enquanto a “resposta” de Lula durou apenas 30 segundos do terceiro bloco.

Alternativas - Também foi discutido o fortalecimento da luta pela coletividade e o papel das mídias alternativas e o trabalho feito em rede, fator que adiciona velocidade e instantaneidade nas coberturas. A jornalista finalizou sua fala propondo medidas que possam ajudar na democratização da comunicação. Uma delas seria dialogar e convencer a sociedade sobre a importância da comunicação e sobre como o nosso sistema não pode continuar sendo controlado por grupos que se movem somente visando o lucro: " É preciso mais diversidade, mas pluralidade e, inclusive, mais empregos”, finaliza.

Impressões - Para o estudante do terceiro semestre de Jornalismo, Emanuel Silva (21), “o debate dessa temática é importante por conta do contexto político atual”. Já a também estudante do terceiro semestre de Jornalismo, Natalya Barreto (18), vê a Comunicação como uma arma muito importante para lutar contra as medidas ilegítimas do Governo atual.

Ocupações - Ao final do evento, em uma rodada de perguntas, Helena foi questionada sobre qual deve ser o papel dos estudantes na manutenção e efetivação das ocupações das universidades. Segundo ela, é imprescindível haver uma construção de experiências em coletividade.

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